sexta-feira, 2 de março de 2007

Vai tu!!!


Admito que não gosto do homem. Há qualquer coisa nele que me cheira a cinismo e a oportunismo político. Depois de em 1993 ter dito na RTP que era geneticamente contra o poder, o senhor Portas fez uma autêntica escalada populista que só desaguou no ministério da defesa.

Felizmente, as legislativas de 2005 trocaram-lhe as voltas e foi vê-lo, de lágrima no olho, a anunciar a sua demissão do CDS-PP com uma afirmação que revela algum saudosismo manhoso: “em nenhum país civilizado do mundo a diferença entre os trotskistas e democratas-cristãos é de 1%”. Uma cena pungente com um ligeiro travo a novela da noite.

Dois anos depois, qual D. Sebastião da direita popularucha, o homem decide voltar ao activo. E volta com a mesma presunção de sempre de quem acha que nasceu para ser um ícone da direita. Ter sido ministro da defesa inchou-lhe o ego de tal forma que o impediu de perceber que só lá foi parar, não por mérito dos resultados do CDS e sim pelo mau resultado do PSD que falhou a maioria absoluta.

Ainda assim, o homem acha que prestou um grande serviço ao país e, agora que o país está voltado à esquerda (esta volta é discutível), voltamos a precisar dele. E ainda tem o desplante de dizer que o partido “não deve lamentar-se sobre uma sociedade que lhe escapa”. Isto vindo de um homem que meteu o rabo entre as pernas assim que a esquerda lhe começou a morder os calcanhares.

Sem comentários: