quarta-feira, 25 de abril de 2007

Salazar recauchutado.


Em Santa Comba Dão, terra natal do único líder mundial que, literalmente, caiu da cadeira do poder, há uma malta que quer construir um museu do Estado Novo.

Eu acho bem. A porcaria deve estar à vista de todos. Isso de varrer a sujidade para baixo do tapete na esperança que ela desapareça não resolve nem previne saudosismos recorrentes. Os períodos negros também têm que ser estudados e lembrados, especialmente agora, que anda para aí uma escumalha mais fascista.

Há quem chame santuário do fascismo ao futuro museu. Os defensores preferem chamá-lo de “Centro Documental Museu e Parque Temático do Estado Novo”. Eu gosto desta designação, especialmente da noção de Parque Temático. Gosto da ideia de termos em Portugal uma espécie de “Disneylândia do Fascismo”. Será que vamos ter o próprio Salazar a receber os visitantes? E a PIDE? Existirá uma adaptação “pidesca” da casa dos horrores com celas onde os visitantes possam ser torturados? Uma espécie de Tarrafal em versão Feira Popular? Pelo sim, pelo não... a mim não me apanham lá!

1 comentário:

Anónimo disse...

Museu do Estado Novo, Museu da ditaura, venha ele rápidamente com toda a verdade ali exposta sem nada omitir. E à semelhança do que se faz hoje na Alemanha em que se abrem os campos de concentração nazis aos visitantes,que se faça com toda a a urgência. Já agora, e também á semelhança do que se faz na Alemanha, pode ser que alguns dos filhos ou netos dos pides e dos demais diligentes funcionários da ditadura se proponham prestar serviço comunitário a mostrar aos visitantes os crimes praticados pelos seus antepassados contra a população. Não era contra os ladrões, ao contrário do que alguns pretendem. Museu de Salazar? Serve para quê? Para fazer a apologia do fascismo? Não obrigado.